resgatando dedicatórias
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“Caro Anouk,

Tem um poema do Carlos Drummond em que ele diz “Eu não vi o mar/ não sei se o mar é bonito/ não sei se ele é bravo”. Esse verso ilustrou minha vinda para essas minas gerais, em um momento da minha vida cheio de expectativas e medos. E quem diria que, depois de 3 anos, você viria desbravar esse mar comigo. As coincidências são empurrões que o destino dá. Conhecer-te foi destino, aproximar-me de você, escolha, e TODO o resto, consequência.

E desde então, só penso no verso seguinte do poema: Eu vi a lagoa/ a lagoa, sim/ a lagoa é grande/ e calma também”

(fraternalmente), te amo para todo o sempre!

Felipe Amorim

Obs: esse não é um livro de amor, é de provocação. disrupção, afinal, sempre podemos perfomar mais rebeldia.”


´>Manifesto Contrassexual - Práticas Subversivas de Identidade Sexual . Paul B. Preciado

>Enviada por Felipe

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“Paulo,

Pra mim, a paixão nunca é simples, mas contigo amar é fácil.
Da última vez que te dediquei um livro, era início da nossa história. De lá pra cá, vulcões explodiram, oceanos nasceram em um dia. Águas em cachoeiras, museus, muitas risadas, valsas improvisadas, água quentinha de rio mar. A lua, que sempre nos deu voltas (ou nós que demos a volta nela?), me lembra que melhor do que ir, é ter pra onde voltar. No meu colo fizeste casa. Viva a vida meu amor!
Te espero na ilha, na
próxima Lua.

Da tua,

Bela 10/0
8/2025

>A Paixão Simples . Annie Ernaux

>Enviada por Paulo Aguiar

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“Dani,

que estejamos sempre a estranhar a vida juntas, no assombro de ver o mundo e uma à outra, assim, de frente; procurando o humano em nossos rostos e nos amando. Que estejamos, sempre, a estranhar a vida juntas, pois aí é que a vida começa, como diz a voz desse livro.

Da tua amiga,

Ariadne

Brasília
2025”


>Água Viva . Clarice Lispector 

>Enviada por Daniele

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“3/09/2024

C.,

é muito interessante essa coisa de se comunicar, porque nunca fica mais fácil. não tem um dia em que eu não tenha dificuldade de escolher palavras e, mesmo depois de pensar muito, ainda costumo escolher errado. mas é com elas que eu quero ser vista.

quando você se deixa ser visto, é como se eu pudesse acessar páginas que você ainda não escreveu, desenhos que você ainda não fez, pinturas que você ainda não terminou. porque tem isso, né? de construir a si mesmo quando a gente entra em contato com o outro. tem isso de se descobrir no meio desse processo de se permitir ser visto pelo outro. de querer ser encontrado.

acho que, quando eu escrevo pra você, eu sempre quero ser encontrada. no meio da frase, esbarrando em você em mensagens de madrugada. acho que a minha sentença estava dada no dia em que eu entrei naquela sala e você também estava lá. a pessoa que eu sou jamais passaria incólume à pessoa que você é. eu não tive a menor chance.

e, do mesmo jeito que nunca fica mais fácil me comunicar, também nunca dói menos me despedir de você.

te encontro no próximo livro?

acho que a gente já é literatura.

com o amor de sempre,

B.”


>A Escrita como Faca e Outros Textos . Annie Ernaux

>Bárbara Martins

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“A tia Cris me disse uma frase de G. [Guimarães] Rosa que reza assim: "o que a vida quer da gente — é coragem”. Da minha parte, há uma de James Baldwin — meu amigo Jimmy, irmão de alma — que diz: “O impossível é o mínimo que se pode exigir”. Tenhamos então coragem nessa vida nossa que testemunha a conquista perpétua do impossível; tenhamos a coragem para exigi-lo, a dignidade de conquistá-lo incessantemente. 

Tia Cris
Tio Tácito,

Creio não ser exagero afirmar que amo vocês: amo-os, sim. Que este presente simbolize parte da estima, do respeito e da admiração que tenho por vocês e por nossa amizade; e que simbolize o meu agradecimento lisonjeiro pela hospitalidade e cordialidade com que vocês sempre me tratam.

Abraços, 

Miguel.
07/10/25.


>Se a Rua Beale Falasse . James Baldwin

>Enviada por Miguel

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“Eu sinto a natureza me dando um empurrão.
Não um desnorteante, desestabilizador, tropeçado.
Um pra frente, com força. Otimista.
A mesma força que o mar me jogou pra fora quase gritando: agora não.
Mas só uma alusão a essa força. Porque o sentimento é de um empurrão me convidando a entrar.
Saindo do raso e entrando profundo.
Com cheiro de nuvem limpa e gosto salgado de lág
rima. 

As flores me valorizam. O sol se abre só pra mim. O livro faz todo o sentido. 
Te acho sozinho no mar. Num zoom in. 
Se destacando brilhante no efeito de uma lupa. 

Agora.
O mar parou. Eu relaxei.
Agora. Vem.

Desde que te conheci as coisas começaram a dar certo pra mim. 
As lanternas se acenderam. 

As memórias voltaram. Do que já aconteceu, do que nunca foi visto e do que vai acontecer. 
A passagem foi em vida. 
O caleidoscópio rodou você. 
Em vida.

Com amor, Samarinha.”


>A lanterna das Memórias Perdidas . Sanaka Hiiragi

>Enviada por Samara

>Ela conta: Eu nunca tinha dividido a leitura de um livro com alguém, até me apaixonar pelo Kei.

Nos reencontramos em novembro de 2024 e, depois de nos vermos novamente em fevereiro deste ano, resolvi enviar o livro de presente para a casa dele. Detalhe: eu nunca tinha lido o livro (um crime, eu sei). Mas, em minha defesa, algo nele parecia falar sobre nós. Dias antes, o algoritmo me levou para um vídeo aleatório de uma menina comentando sobre a história e sobre a autora, que é japonesa, e senti que fazia todo sentido. O livro se passa em um estúdio fotográfico onde as pessoas vão quando morrem e fala sobre vida e memórias.

Eu e o Kei nos conhecemos há sete anos. E a fotografia sempre foi o ponto de partida da nossa conexão, onde tudo começou. Foi em momentos a sós com uma câmera na mão, durante a viagem em que nos conhecemos, que desenvolvemos amizade, carinho e incontáveis conversas sobre nossas lembranças e como a gente via o mundo e se expressava através de imagens.

26.02
— Vc me mandou um livro?
— Mandei. Esqueci de avisar. É seu presente!
— Desculpa, acabei de abrir.
— Tudo bem.
— Estava em meu nome, por isso abri achando que era alguma coisa minha. Quero que você escreva uma dedicatória pra mim.
— Acho que você vai adorar. Não li ainda, mas quando vi um vídeo sobre ele pensei que eu e você iríamos amar.
— Vou deixar aqui no canto. Vamos ler juntos.
— Ótimo. Vamos!

Eu só não imaginava que “ler juntos” significaria literalmente ler juntos. Até porque estávamos separados por 2120 km de distância e eu passaria apenas alguns dias em São Paulo, no final de março. 
Quando cheguei, viajamos para a praia e enquanto eu o observava no mar,  impulsionada e completamente tomada pelo que estávamos vivendo depois de sete anos, escrevi essa dedicatória no bloco de notas do celular. Ainda não tinha lido uma página sequer do livro.

Dias depois, fomos no Museu de Imagem e Som (MIS) e vimos ​o acervo chamado Linha do tempo da fotografia (uma sala repleta de câmeras de 1880 até os anos 2000). Depois, fomos ao parque e decidimos iniciar a leitura. Foi a primeira vez, desde que eu era criança, que alguém leu pra mim. E eu me apaixonei ainda mais. 

Antes de voltar para minha cidade, alternamos a leitura de mais algumas páginas, em outro dia ensolarado no parque, e, antes de irmos embora, entreguei meu celular para que ele lesse o que eu escrevi na praia. Ele leu em voz alta até ficar em silêncio com os olhos cheios de lágrimas.  E em silêncio ficamos por um bom tempo. Transcrevi esse mesmo texto na contracapa do livro e fui embora com o coração apertado.

Não terminamos o livro, como era de se esperar. Ficou apenas a esperança de nos vermos outra vez, sem data definida para o desenrolar do livro e da gente.

Mas, pouco tempo depois, as “coisas começaram a dar certo pra mim" pra valer.
Me mudei para São Paulo.
Começamos nossa história e terminamos o livro. 
No parque. Juntos. Outra vez. 

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“Entre os lírios do campo entendi que há belezas que não se impõem, apenas existem silenciosamente, mas transformadoras.

A tua presença tem o mesmo efeito: traz calma como quem entende o tempo e, desde então, tudo em mim passou a respirar em paz.

Agora vejo que a felicidade é exatamente isso: o instante em que o mundo respira junto de nós.

H.K”



>Olhai os Lírios do Campo . Érico Verissimo

>Enviada por Henrique

>Ele conta: Mesmo que não tenha dado certo, isso foi o meu mais puro e sincero sentimento escrito.

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“Ícaro, 

segundo Marquez: ‘O tempo passa, envelhecemos, mas o amor verdadeiro permanece.

Existem muitas histórias nesta história. Muitas coisas acontecem, o que nos dá a percepção de que nada acontece.

Mas não é assim a vida? É assim que envelhecemos: um amontoado de histórias na nossa própria história. E para mim é um privilégio dividir a minha com você. 

Sempre tua,

Morgana

20/12/2024”


>Cem Anos de Solidão . Gabriel García Márquez 

>Enviada por Morgana

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“Cristina,

Amar se aprende amando. Amando conquista-se a vida, ida para a sua liberdade. Um outro poeta diz: “Amor, trabalho e sabedoria são as fontes de nossa vida. Deveriam governá-la.”

Assim, tenha como meta a vida. Não naquilo que ela martiriza, mas naquilo que me liberta e me faz continuar os caminhos.

Amar se aprende amando. Amor, emoção, expressão.

Um beijo e um abraço curto pra não sufocar.

Julim

08/06/85

Feliz aniversário! Também é para o dia dos namorados.”


>Amar se Aprende Amando . Carlos Drummond de Andrade 

>Enviada por Grazyella

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“Para May, 20.09.2025

Feliz aniversário para aquela pessoa que, parafraseando Letrux, pula da pedra sem ter certeza que é fundo, porque audácia é romance.

É um privilégio estar no seu coração e ter você no meu, mesmo quando o texto divide.

Que sua nova idade seja de bonitas descobertas, pra fora e pra dentro. Que haja afeto, prosperidade e plenitude.

Te amo, te gosto, te admiro;
um cheiro e meus parabéns,

Débora

ps: Letrux, escreve também pro meu amor? Aliás, ela daria um ótimo VEM SER EU!

ps: amor, conta pra ela do nosso primeiro show”


>Brincadeiras à Parte . Letrux

>Enviada por Mayara

>Ela conta: Estou enviando a dedicatória de um livro que ganhei recentemente de aniversário. Baita presente do amor, e de uma autora que sou fã confessa apaixonada rsrs.

Débora e eu estamos juntas há 1 ano, entre desafios e ladeiras de Santa Teresa, nosso romance é bom demais, e por isso quis compartilhar esse tanto de amor com outros corações sensíveis.