Um Odor de Burma em bruma
Sinto o manto frio, recurso mortal de um alento infernal, quente humidade do seio, com ossos salivando numa mistura helicoidal...devora-me.
Seiva retorcida, elevada por um sopro; agreste viragem, solidão fúnebre; erótico paladar dum corpo decapitado com rastos mórbidos, sequências...num abismo infinito...penetra-me.
Estrelas negras, contornos luminares, busca insaciável da pétala. Abre, abre, abre...todo o oceano na palma de uma brisa...sufoca-me.
Leveza em cada sobremesa, recheada em cada estucada...sólida estrutura com a fina folha de um licor. Folha embriagada resvalando...toca-me.
Barco mergulhado no deserto, mastros com as roupas desfeitas, ossadas esculpidas com vontade de serem devoradas, madeira ardendo na areia...possui-me.
Arame farpado enrolado, na ossada mergulhada, em trincheiras ensopados com o cheiro mórbido da luxuriosa morte. Escorre suor encarnado...tem-me.
Floresta picante, luxuriante em cada ramo. Sentir o aroma do nevoeiro na sua chama harmoniosa, revivendo a sua prosa venenosa...abocanha-me.
Corpo esventrado, esfaqueado, rachado...tronco esculpido com amargura de um destino fatal. Palmei-a cada fissura com vontade de ter mais...carnificina-me.
Língua solta, líquido escorre pela cavidade, desejo aumenta...Músculos rígidos, palpitar desordenado. Cada vez mais o som percorre os canais...excita-me.
Peitos desfeitos numa mortífera sedução de morfina, referencia de uma saliência, dor morrido num espeto entreaberto...engole-me.
Venenoso vinho que me faz requintar o prazer, leva ao meu altar a minha sangria com adoce ribeira das perfurações imaculadas da sombra...saboreia-me.
Que secular perfuração, que milenar absorção, engulo cada mortalha da alma, aniquilando a levedura, fervilhando o leopardo com pés de urso em mim...fode-me.
Mais vida, mais forte, vomito-me todo. Rasgo-me em cada momento. Meu ser necessita do veneno, vem aniquilar o resto que é teu...filtra-me.
Serpenteio o meu seio em rochedos profundos, escuridão da tua alma, resto do teu umbigo, aberto das trevas iluminadas...come-me.
Olhos enevoados com a doçura quente de um coração esmagado, aliviado o negro sossegar de um morcego para devorar o cálice, ferido evaporado...chupa-me.
Fulminante raio que me flagelou, fazendo arder toda a minha essência. Tudo arde em mim, impossível regresso, travessia divinal...esmaga-me.
Suor, infiltrado nos poros...suor, maldito desejado...suor, correndo pelas veias...suor, nem uma gota ficará...suga-me.
Corpos num caixão, peitos nus num obsceno toque, mergulhado cheiro de líquidos perfurantes. Tudo se derrete no meio de línguas venenosas que se devoram...fornica-me.
Miolos esmagados, defeitos em pó; feitos para serem devorados com a sua desordem conseguem uma erecção mortal...esventra-me.
O inevitável sonho da realidade, quimicamente bombástico. Putridão do pecado que adoro, pecado de comer os rastos das tuas vísceras...implora-me.
Forno incandescente, lava vermelha a arder, envolvida na escuridão, remexida nos seus excrementos, vem-te sémen...tortura-me.
Interferência da molécula difractiva, oculta no mistério de um padrão com fendas a abrirem-se em múltiplas fibras radiantes...fura-me.
Em cada devoração, penetro...em cada sufoco, toco...em cada posse, tenho...em cada boca, carnificina...em cada excitação, engulo...em cada sabor, fodo...beija-me.
Em cada filtro, como...em cada chupadela, esmago...em cada sugadela, fornico...em cada esvendraçao, imploro...em cada tortura, furo...estimula-me.
Mar salgado, envolto em estranhos uivos. Gemidos de um batimento irrequieto, provocação de uma alma perturbada...abraça-me.
Retalhos de uma manta, com setas espetadas; sangue degolado a escorrer por entre limas, por entre rasgos sumidos no horizonte vazio...aconchega-me. Inteiro, saciei, toquei, esculpi....
Seiva retorcida, elevada por um sopro; agreste viragem, solidão fúnebre; erótico paladar dum corpo decapitado com rastos mórbidos, sequências...num abismo infinito...penetra-me.
Estrelas negras, contornos luminares, busca insaciável da pétala. Abre, abre, abre...todo o oceano na palma de uma brisa...sufoca-me.
Leveza em cada sobremesa, recheada em cada estucada...sólida estrutura com a fina folha de um licor. Folha embriagada resvalando...toca-me.
Barco mergulhado no deserto, mastros com as roupas desfeitas, ossadas esculpidas com vontade de serem devoradas, madeira ardendo na areia...possui-me.
Arame farpado enrolado, na ossada mergulhada, em trincheiras ensopados com o cheiro mórbido da luxuriosa morte. Escorre suor encarnado...tem-me.
Floresta picante, luxuriante em cada ramo. Sentir o aroma do nevoeiro na sua chama harmoniosa, revivendo a sua prosa venenosa...abocanha-me.
Corpo esventrado, esfaqueado, rachado...tronco esculpido com amargura de um destino fatal. Palmei-a cada fissura com vontade de ter mais...carnificina-me.
Língua solta, líquido escorre pela cavidade, desejo aumenta...Músculos rígidos, palpitar desordenado. Cada vez mais o som percorre os canais...excita-me.
Peitos desfeitos numa mortífera sedução de morfina, referencia de uma saliência, dor morrido num espeto entreaberto...engole-me.
Venenoso vinho que me faz requintar o prazer, leva ao meu altar a minha sangria com adoce ribeira das perfurações imaculadas da sombra...saboreia-me.
Que secular perfuração, que milenar absorção, engulo cada mortalha da alma, aniquilando a levedura, fervilhando o leopardo com pés de urso em mim...fode-me.
Mais vida, mais forte, vomito-me todo. Rasgo-me em cada momento. Meu ser necessita do veneno, vem aniquilar o resto que é teu...filtra-me.
Serpenteio o meu seio em rochedos profundos, escuridão da tua alma, resto do teu umbigo, aberto das trevas iluminadas...come-me.
Olhos enevoados com a doçura quente de um coração esmagado, aliviado o negro sossegar de um morcego para devorar o cálice, ferido evaporado...chupa-me.
Fulminante raio que me flagelou, fazendo arder toda a minha essência. Tudo arde em mim, impossível regresso, travessia divinal...esmaga-me.
Suor, infiltrado nos poros...suor, maldito desejado...suor, correndo pelas veias...suor, nem uma gota ficará...suga-me.
Corpos num caixão, peitos nus num obsceno toque, mergulhado cheiro de líquidos perfurantes. Tudo se derrete no meio de línguas venenosas que se devoram...fornica-me.
Miolos esmagados, defeitos em pó; feitos para serem devorados com a sua desordem conseguem uma erecção mortal...esventra-me.
O inevitável sonho da realidade, quimicamente bombástico. Putridão do pecado que adoro, pecado de comer os rastos das tuas vísceras...implora-me.
Forno incandescente, lava vermelha a arder, envolvida na escuridão, remexida nos seus excrementos, vem-te sémen...tortura-me.
Interferência da molécula difractiva, oculta no mistério de um padrão com fendas a abrirem-se em múltiplas fibras radiantes...fura-me.
Em cada devoração, penetro...em cada sufoco, toco...em cada posse, tenho...em cada boca, carnificina...em cada excitação, engulo...em cada sabor, fodo...beija-me.
Em cada filtro, como...em cada chupadela, esmago...em cada sugadela, fornico...em cada esvendraçao, imploro...em cada tortura, furo...estimula-me.
Mar salgado, envolto em estranhos uivos. Gemidos de um batimento irrequieto, provocação de uma alma perturbada...abraça-me.
Retalhos de uma manta, com setas espetadas; sangue degolado a escorrer por entre limas, por entre rasgos sumidos no horizonte vazio...aconchega-me. Inteiro, saciei, toquei, esculpi....