quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Qual é o peso da tua bagagem?

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Estive no ortopedista na semana passada, para levar alguns exames de coluna. Há algum tempo venho sentindo alguns incômodos relativos à postura, ao excesso de peso carregado, à falta de exercícios.

Quanto tempo passa, e a gente parece que não percebe. Carrega bolsas pesadas, vive com as costas arqueadas. E nem se questiona a respeito. Simplesmente porque nosso foco está em outras coisas, e nada está realmente doendo. Ainda.

A gente abusa. E o abuso é generalizado: não só no corpo, mas na cabeça e no coração. 

Somos seres de somar. Acumuladores. Roupas, móveis, tarefas, cursos, aplicativos de Smartphone, palavras em nossos textos, amigos no Facebook. Não percebemos o tanto de "ruído" que acrescentamos em nossas vidas. De excessos que nem temos condições de dar conta, por uma questão de logística, ou de hardware!

Quanto mais coisas para fazer, menos tempo e paz para aproveitar o que realmente é prioritário ser feito. Quanto mais opções, menos escolhas conscientes somos capazes de fazer. 

Tenho certeza de que todos nós carregamos muito mais do que precisamos. Gastamos uma energia sobrenatural com preocupações, desejos não realizados, autoexigências baseadas em expectativas sobre-humanas, frustrações. Muito do nosso tempo é gasto numa dimensão diferente, na qual lutamos para ser o que deveríamos ter sido mas não somos. Mais ricos, mais felizes, mais fortes, menos humanos.

Enquanto isso, o tempo passa, a gente passa.
A gente acha que a mochila cheia de pedras faz parte da gente. Que não é uma mochila, que é uma corcunda que está lá e pronto. 

Subtrair não é nada fácil. Praticar o desapego exige prática. Por incrível que pareça, nos apegamos até ao que não serve, ou nos faz mal.

Pare um pouco, faça um alongamento. sinta tudo. O que é seu, o que é demais? O que não serve, pesa, entorta, sobrecarrega? O que realmente te faz feliz?

Que pedras você tirará da mochila?

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Compulsão alimentar: coisas que funcionam

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Dormir bem: a privação de sono parece aumentar não somente o apetite, como também a preferência por alimentos mais calóricos.

Usar técnicas de controle do estresse (relaxamento, respiração profunda...):
- as pessoas que sofrem de estresse têm mais chances de sentir desejos mais intensos que possam satisfazer de forma compulsiva, como comer.
- pesquisas científicas demonstram que o estresse aumenta a quantidade de glicorticóide, provocando fome e estimulando a produção de insulina, que induz a mais apetite.
- quanto mais estresse, maior a secreção de adrenalina, que ao ser metabolizada, se transforma em outro hormônio ativo, responsável pelo estoque de gordura. Ou seja, além de elevar o ganho de peso e aumentar a fome, o estresse também provoca o crescimento da célula gordurosa.

Identificar e combater os pensamentos sabotadores automáticos: a cada pensamento sabotador identificado, temos que tirar da manga uma resposta mais funcional e adaptativa. E repeti-la a cada situação, com persistência, pensando sempre nos motivos que se tem para perder peso.

Comer com calma: há várias razões pelas quais comer rapidamente pode contribuir para a obesidade. Este hábito pode interferir no sistema de sinalização que diz ao cérebro para parar de comer porque o seu estômago está cheio. Se você come rapidamente, você está enchendo o seu estômago antes que essa sinalização ocorra.

Planejar refeições com antecedência sempre que possível: com a falta de tempo, com a correria, com o cansaço, acabamos por preferir alimentos práticos e de rápido preparo, geralmente industrializados e de alto valor calórico. Onde vou comer hoje, que ofereça algo não muito calórico? O que posso deixar semi-pronto e saudável, em casa?

Fazer um diário alimentar:
- muito do que comemos, o fazemos sem perceber, e a tendência é subestimar a quantidade ingerida. O diário nos permite visualizar e tomar consciência dos muitos comportamentos e situações envolvidos com nossa alimentação diária. Nosso padrão alimentar, de consumo, e as atitudes frente à fome ou desejo de comer.
- fica mais fácil de planejar formas eficazes de lidar com cada uma das questões que possam atrapalhar o nosso esforço e elaborar um plano alimentar mais adequado ao nosso estilo.
- o simples fato de registrar nossa alimentação já faz com que nos controlemos melhor.

Buscar e priorizar o prazer em comer: você se permite ter prazer ao comer? Seus sentidos são engajados em cada refeição, ou você come sem nem perceber? Você come alimentos gostosos, que fazem com que você se sinta bem com seu corpo? Na hora mesmo em que come e também depois?

Não fazer nada diferente enquanto come (ver tv ou ler jornal, por exemplo). Preste atenção na comida!

Alimentar-se em local adequado, sentado - não coma em pé ou andando.

Cuidar de si de uma forma global. Faça algo que goste e que faça bem, por exemplo.

Comer de 3 em 3 horas, mais ou menos. Nunca pular refeições!



terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Vergonha de Ser...Gordo.

Todo ser humano, desde a infância, tem uma motivação básica: procurar ver-se como alguém dotado de valor positivo. Busca, durante toda a vida, o reconhecimento de suas qualidades pelos outros, o respeito às suas opiniões e idéias. Julga a si mesmo comparando-se a ideais de como deveria ser. Tenta agir de acordo com o que aprendeu ser certo e bom. Busca ser amado e admirado. Quer ter sucesso em suas ações. Defende-se vigorosamente de humilhações.

Roger Perron, vinculando a consciência de si a uma qualidade sempre valorativa, escreve: “as imagens de si são construídas como conjunto de valores. Todas as características pelas quais o sujeito pode se definir são, com efeito, sentidas, em graus diversos, como desejáveis ou não. E há mais: no mais íntimo da consciência de si – do sentimento de ser um Eu, distinto de todos os outros – reside a sensação de ser valor como pessoa".

E quais os valores atribuídos atualmente às pessoas com excesso de peso? Como definimos - e se definem - tais pessoas, em termos de valor pessoal?

Os obesos têm que lidar, o tempo todo, com a exposição excessiva de sua "fraqueza", ou seja, de seu corpo acima do peso. Exposição constante aos olhos de uma sociedade cheia de preconceitos, e de si mesmos, também cheios de preconceitos. O gordo é visto, apontado, julgado, discriminado, ridicularizado, desacreditado. A suscetibilidade à vergonha é muito grande; o corpo o faz visível, literalmente, e sujeito, o tempo todo, às avaliações dos outros.

Na realidade, a crença em relação à virtude da restrição alimentar está presente em todos nós. De certa forma, pensamos a intemperança como sinal de fraqueza moral e, no âmbito alimentar, ela está em igualdade moral com outras formas de transgressão. A gula nos ofende. Além disso, em nossa época e em nossa cultura, existe uma clara valorização do corpo, do ponto de vista da aptidão física e do ponto de vista da interação social. À valorização do corpo se contrapõe a condenação dos corpos discrepantes ou desleixados. Das academias às clínicas de estética, passando pela voga dos regimes e das cirurgias plásticas, os instrumentos e serviços criados para aumentar a saúde e embelezar as aparências fazem muito sucesso na população em geral.

As mulheres atualmente ainda enfrentam o problema social da gordura e da magreza mais do que os homens. Tem a ver com a disponibilidade do corpo feminino ao olhar público, o sentimento de impotência e a necessidade de aprovação que enfrentam em nossa sociedade. Qualquer mulher cujo corpo não se aproxime da limitada recomendação imposta pela cultura tende a se sentir vulnerável e em desvantagem. Não apenas em termos de estética: mas em termos de seu valor como pessoa.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Programa Freud Explica: Obesidade

Bati um papo com a minha irmã Taty Ades no programa Freud Explica. Falamos sobre obesidade. Confira!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O sucesso de uma dieta está ligado ao acompanhamento psicológico?