A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: [email protected] ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".
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Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Abril 2026: X Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade/ III Encontro de Filosofia e Cultura Luso-Galaica

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13 de Abril (Lisboa); 14 de Abril (Porto e Vigo); 15 de Abril (Santiago de Compostela)

Tema de referência: “A Saudade e outros sentimentos afins”. Caso pretenda participar neste Colóquio, deverá enviar-nos, até final de Janeiro, uma proposta de título, com resumo e breve CV (para: [email protected])

Ler mais: https://iflb.webnode.page/abril-2026-x-coloquio-luso-galaico-sobre-a-saudade-iii-encontro-de-filosofia-e-cultura-luso-galaica/

Volume V d'A Via Lusófona...

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Coligem-se aqui mais de meia centena de textos, todos eles, de forma mais ou menos directa, sobre a temática lusófona, textos que escrevemos nos últimos dois anos e que foram sendo publicados, de forma dispersa, em diversos jornais e revistas, bem como em outras plataformas digitais em que regularmente colaboramos. No seu conjunto, estes textos retratam bem – julgamos – os diversos planos em que a Lusofonia se deve cumprir: no plano cultural, desde logo, mas também nos planos social, económico e político. Só assim, cumprindo-se em todos estes planos, a Lusofonia – é nossa convicção – se cumprirá realmente e deixará de ser apenas um mote retórico e inconsequente, como ainda – importa reconhecê-lo – em grande medida é.


Para encomendar: [email protected]

Colecção Nova Águia: https://www.zefiro.pt/category/filosofia-nova-aguia

Outras obras promovidas pelo MIL: https://millivros.webnode.com/

quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

Plataforma de Associações Lusófonas

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No âmbito dos dez Congressos da Cidadania Lusófona já realizados, foi lançada a PALUS: Plataforma de Associações Lusófonas, visando agregar as Associações da Sociedade Civil (independentes nos planos governativo, partidário e religioso) de todo o Espaço da Lusofonia. Como já foi mil vezes reiterado, todos teremos a ganhar com a afirmação da Sociedade Civil. A nosso ver, essa afirmação será tanto mais forte quanto mais se realizar em rede, à escala de todo o Espaço da Lusofonia. Assim se afirmará, em última instância, a Sociedade Civil Lusófona, grande desígnio estratégico do Século XXI.  

Para mais informações:

Vídeos MIL: sobre Lusofonia e Cidadania...

 

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Novo Livro MIL: “O diálogo com Kant no pensamento luso-brasileiro”

 

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ÍNDICE

 

Conferências

 

ECOS DE KANT NA REFLEXÃO FILOSÓFICA PORTUGUESA | António Braz Teixeira

A HERANÇA DE KANT NO BRASIL | José Maurício de Carvalho

 

Comunicações

 

A PRESENÇA DE IMMANUEL KANT EM O CONTEUDO E O CRITERIO DO DIREITO, DE JOSÉ FREDERICO LARANJO | A. Paulo Dias Oliveira

O KANTISMO E O CULTURALISMO EM SÍLVIO ROMERO | Adelmo José da Silva

ECOS DE KANT EM VICENTE FERRER NETO PAIVA E PAULO AUTRAN DE ALBUQUERQUE | Ana Paula Loureiro de Sousa

O BELO, O SUBLIME E O RIDÍCULO NA PERSPECTIVA KANTIANA | Fábio Abreu dos Passos

DUAS RAZÕES PARA O INCOMPARÁVEL SUCESSO DA FILOSOFIA DE KANT NO BRASIL | Humberto Schubert Coelho

O FORMALISMO ÉTICO NO PENSAMENTO PORTUGUÊS | Jorge Teixeira da Cunha

PEDRO DE AMORIM VIANA E A PERCEPÇÃO DE KANT EM MEADOS DE OITOCENTOS EM PORTUGAL | José Esteves Pereira

FRANCISCO FARIA E MAIA E KANT | José Luís Brandão da Luz

O DIÁLOGO COM KANT EM FERREIRA DEUSDADO | Luís Lóia

APROXIMAÇÃO AO PENSAMENTO JURÍDICO-FILOSÓFICO DE LUÍS CABRAL DE MONCADA NO CONTEXTO DO NEOKANTISMO | Mário Reis Marques

O NEOKANTISMO E O CULTURALISMO DE TOBIAS BARRETO | Paulo Roberto Andrade de Almeida

JOSÉ MARINHO E A “CRISE DESENHADA PELA FILOSOFIA DE KANT” | Renato Epifânio

A RELAÇÃO ENTRE O PENSAMENTO E O SER NO SISTEMA PANTITEÍSTA DE CUNHA SEIXAS EM DIÁLOGO COM KANT | Samuel Dimas

OPERAÇÕES DO ESPÍRITO E COMPREENSÃO DA COMPREENSÃO: KANT EM FERNANDO GIL | Sofia Miguens

COM QUAL KANT FLUSSER GOSTARIA DE CONCORDAR? | Wanderley Dias da Silva

“O diálogo com Kant no pensamento luso-brasileiro”, coord. de António Braz Teixeira, Celeste Natário e Renato Epifânio

IF-UP/ IFLB/ MIL/ DG Edições, 2025, 240 pp.

ISBN: 978-989-36224-1-4

Para encomendar: [email protected]

COLECÇÃO NOVA ÁGUIA: JÁ COM MAIS DE 60 TÍTULOS

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MILhafre: um olhar lusófono sobre o mundo...

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Já com mais de 1 MILhão de visitas:
www.mil-hafre.blogspot.com

terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Gilberto de Mello Kujawski (1929-2025), um grande filósofo brasileiro...

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O CONCEITO DE FILOSOFIA DE GILBERTO DE MELLO KUJAWSKI (1929-2025)[1]

António Braz Teixeira

I. Se bem que, como Adolpho Crippa, haja dedicado também alguma atenção reflexiva ao sagrado e ao mito, Gilberto de Mello Kujawski não só não fez deles o centro da sua inquirição especulativa como, tendo no raciovitalismo de Ortega e Gasset e Julián Marías a principal referência do seu pensar, não acompanhou os autores de Dialéctica das consciências e Mito e cultura na crítica ao humanismo, havendo feito, como aqueles dois especulativos espanhóis, da perspectiva antropológica o ponto de partida da sua meditação filosófica, numa obra que, como a destes, tem privilegiado a expressão ensaística, sem prejuízo do seu intrínseco carácter sistemático.

Em 1946, no final do ensino secundário, o futuro ensaísta foi aluno de Heraldo Barbuy, personalidade humana e intelectual que sempre muito admirou e de cujo círculo intelectual veio a fazer parte[1], tendo, depois, concluído a licenciatura em Direito e em Filosofia (1955) na Universidade Católica paulista, em que imperava, então, uma “rigorosa, embora não inflexível disciplina escolástica” e na qual se destacavam dois mestres de grande craveira, o paulista Alexandre Correia (1890-1984) e o belga Leonardo van Acker (1896-1986), de cujo saber conservou admirativa lembrança[2].

Ainda durante o curso, passou a fazer parte do Instituto Brasileiro de Filosofia (1954), tendo sido um dos fundadores da revista Diálogo, dirigida por Dora e Vicente Ferreira da Silva, em cujo círculo participou e a cuja obra e pensamento dedicou alguns notáveis estudos hermenêuticos, que revelam a extraordinária admiração intelectual que sempre nutriu por aquele que considerava “a personalidade filosófica brasileira mais soberba, criativa e original” do século XX[3] e que profundamente o marcou.

 

II. Ao procurar explicar as razões que o conduziram ao pensamento de Ortega, Kujawski notou que, desde a conclusão dos seus estudos universitários, em meados da década de 50 do século passado, sentiu a “imperiosa necessidade de descobrir um ponto de vista que permitisse interpretar o mundo a partir do seu nível histórico presente”, havendo encontrado na filosofia da razão vital o arrimo que buscava, por considerar que ela fazia parte da sua “circunstância”, não só por ser pensada e expressa numa língua que é a mais próxima da sua língua materna, o que garantiria maior autenticidade ao seu pensar, como ainda, por o mestre espanhol abordar as questões filosófica no “nível do homem espantado ou maravilhado com o espectáculo da realidade” e por ir ao encontro “do apetite de plasticidade e da sede de imagens da tradição barroca brasileira”. Por outro lado, Ortega aparecia-lhe como um “mediador riquíssimo de informação filosófica”, assim como tinha a oportunidade de, frequentemente, “superar com grande antecipação” o que os movimentos especulativos do centro da Europa tinham de positivo e de negativo. Deste modo, para o ensaísta brasileiro, a filosofia orteguiana, desenvolvida e completada pelo seu mais relevante discípulo e continuador, Julián Marías, apresentava-se não como uma opção entre outras possíveis mas como “uma imposição da circunstância hispano-americana”[4].

Note-se, contudo, que embora o neo-tomismo dos seus mestres na Universidade Católica de São Bento não se lhe afigurasse capaz de resolver o problema com que se defrontara na sua juventude e a que permaneceu fiel, não deixou, um quarto de século mais tarde, de reconhecer a necessidade de promover o regresso do Doutor Angélico ao mesmo tempo que afirmava que “a teologia deve estar no mundo (…) mas o mundo não se explica e não se sustenta sem fundamentos teológicos”[5].

 

III. A reconhecida filiação orteguiana e raciovitalista da reflexão de Gilberto de Mello Kujawski levava-o a entender que, contrariamente ao que pensara Farias Brito, a Filosofia não constituía uma “actividade permanente do espírito humano”, nem, diversamente do que sustentava o seu companheiro de geração Adolpho Crippa, era uma “tendência natural” do mesmo espírito humano, uma vez que, tal como a concebia, se apresentava como um “que fazer” circunstancial, localizado, datado, originário da Grécia do século V a.C. destinado a suprir com “ideias” o oco das “crenças volatilizadas”, algo histórico, que o homem só faz quando de todo não pode deixar de o fazer, quando não lhe é possível fazer outra coisa. Deste modo, a Filosofia não seria algo que surgisse como resultado natural da faculdade humana de conhecer, pois, enquanto inquirição do ser do mundo, mediante ideias rigorosas, aparece unicamente quando o homem deixa de estar confiantemente apoiado no mundo tradicional das “crenças” em que até aí “estava” e a sua vida passa a defrontar-se com um mundo de dúvidas e ele se vê, então, forçado a pensar sobre as coisas para saber a que ater-se, para superar aquelas dúvidas, o que, para o pensador paulista, significa ser a Filosofia o esforço que o homem faz para “tornar familiar o mundo desconhecido, inseguro e agressivo “em que vive”, sendo, por isso, um pensar com a vida e com as coisas.[6]

Daí que seja também e acima de tudo o pôr radical e permanentemente em questão todo o conhecimento, nos seus limites e no seu alcance, bem como a própria noção de conhecimento, na busca da certeza primeira e radical em que caiba o mundo na sua totalidade e a vida dentro do mundo, o que a leva a mover-se no sentido da origem, o mesmo é dizer da situação primária do homem perante o mundo, que é “situação de perda, extravio e da mais vertiginosa desorientação”.

A Filosofia tem, por isso, como função ou como objectivo libertar o pensamento do mito, da religião, do senso comum, da ciência positiva e da política, separando-o da sua adesão às crenças tradicionais e devolvendo-o a si mesmo.

Advertia o ensaísta que o pensamento tem uma razão de ser vital e não meramente teórica, visto que o homem pensa não para saber o que são ou em que consistem as coisas mas para, a partir desse saber ou desse conhecimento, poder orientar-se no mundo e aprender a comportar-se nesse mesmo mundo e o que dele pode esperar. Esclarecia, ainda, o pensador paulista que, rigorosamente, verdadeiro pensamento era apenas o pensamento filosófico, uma vez que só nele o pensamento se encontra libertado para si mesmo e se acha livre de injunções e associações que lhe sejam estranhas, pois o pensamento apresenta sempre carácter vital, dado ser provocado pela dúvida radical, a que surge sempre que a vida humana depara com a incerteza e a insegurança quanto ao caminho a trilhar para projectar e organizar, de modo consistente, a respectiva trajectória.

Daqui resultaria, então, que, para Kujawski, como para Ortega e Marías, o pensamento nasce da dúvida, mas dúvida vital e não teórica, pelo que não vem a consistir em mera especulação ou actividade especulativa, mas, pelo contrário, é uma função da própria vida, cujo destino é abrir caminho no “meio do caos dos tempos de crise”, assentar os “novos fundamentos de um mundo em que a vida possa instalar-se e projectar-se com segurança”.

Notava, ainda, o especulativo paulista que o pensamento, cuja forma mais autêntica é a Filosofia, quando logra libertar-se de toda e qualquer injunção a ele alheia, passa a ficar em condições de reatar as suas relações com aquelas instâncias que, anteriormente, o oprimiam ou limitavam, as quais servirão, agora, para alimentar a Filosofia na sua actividade especulativa e para que ela venha a descobrir-se mais e melhor a si mesma.[7]

Por outro lado, lembrava, ainda, o autor de O sentido da vida que a Filosofia se individualiza por ter por objecto não qualquer realidade particular mas a realidade na sua totalidade ou na sua dimensão universal, sendo, por isso, “a tentativa de pensar as coisas na perspectiva do mundo”, nisso se distinguindo, substantivamente, de toda a ciência particular. Com efeito, enquanto cada ciência conhece, antecipadamente, o seu próprio objecto de estudo e os respectivos atributos, a Filosofia, porque visa o conhecimento do universal, dirige-se, necessariamente, ao desconhecido, seu impostergável horizonte.[8]



[1] Discurso sobre a violência e outros temas, São Paulo, Soma, 1985, pp. 160-169. Do círculo intelectual de Barbuy, em larga medida coincidente com o de Vicente Ferreira da Silva, faziam ainda parte, além do mesmo e sua mulher, Belkiss, Vicente e sua mulher Dora, Eudoro de Sousa, Renato Cirell Czerna, Adolpho Crippa, Milton Vargas, Diva de Toledo Piza, José Pedro Galvão de Sousa e Jessy Santos, entre outros.

[2] Perspectivas filosóficas, Livraria Duas Cidades, São Paulo, 1983, p. 14, e Discurso sobre a violência, p. 14.

[3] Discurso, pp. 142-153.

[4] Perspectivas, pp. 9-12, e Discurso, pp. 40-43. Neste último livro, Kujawki apresenta uma visão do Brasil, que mais tarde matizará (cfr. A ideia do Brasil: uma arquitectura incompleta, 2001 e A identidade nacional, 2005), que acentua a sua pretensa dimensão hispânica em claro detrimento da sua matriz e herança cultural portuguesa, ao mesmo tempo que tende a menosprezar as profundas diferenças entre a língua portuguesa e castelhana, assim como o que claramente distingue a tradição especulativa luso-brasileira de Amorim Viana, Antero, Cunha Seixas, Bruno, Leonardo Coimbra, Tobias Barreto e Farias Brito da hispano-americana de Unamuno, Ortega, Zubiri, Maria Zambrano, Julián Marías, José Vasconcelos, Carlos Vaz Ferreira, Alexandro Korn e Francisco Romero e não tem na devida conta o trabalho especulativo, então já em plena maturidade, das principais figuras da “Escola” paulista.

[5] Perspectivas, pp. 13-24.

[6] Idem, pp. 108-109 e 115, e Discurso, pp. 42-43, 118-119 e 173.

[7] A identidade nacional, pp. 67-77.

[8] O sentido da vida, São Paulo, Editora Gaia, 2010, p. 128.

NOVA ÁGUIA nº 36: Capa, Editorial e Índice...

 

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(ilustração de capa de Luís Vieira-Baptista)

No trigésimo sexto número da NOVA ÁGUIA, o destaque maior vai para Camões, por ocasião dos 500 anos do seu nascimento. Quando o poder político se inibe e vacila, cabe à sociedade civil, mais do que queixar-se, dizer “Presente!”. Por isso, em Novembro de 2024, o MIL (Movimento Internacional Lusófono), entretanto reeleito na presidência da PASC (Plataforma de Associações da Sociedade Civil/ Casa da Cidadania), promoveu, em parceria com mais de três dezenas de entidades cívicas, culturais e académicas, um Colóquio Luso-Brasileiro para celebrar o autor d’Os Lusíadas. Sem qualquer “mas” nem qualquer “desculpa”.

Sabemos que a moda “politicamente correcta” dos nossos tempos exige a expiação dos alegados “pecados” da nossa história – em particular, da história da nossa expansão marítima (como se testemunhou nas comemorações oficiais do 10 de Junho deste ano) –, mas nós, na NOVA ÁGUIA, não cedemos a modas, por mais “politicamente correctas” que pretendam ser. Sem qualquer “mas” nem qualquer “desculpa”, publicamos aqui mais de uma dezena e meia de ensaios, apresentados, em primeira instância, nesse Colóquio Luso-Brasileiro, realizado em articulação com X Congresso MIL da Cidadania Lusófona/ III Encontro do Observatório SEDES da CPLP.

Em 2023, o MIL promoveu igualmente o “III Encontro Eça de Queiroz, 150 anos”. Publicamos aqui uma selecção dos melhores textos apresentados nesse evento, que decorreu na Biblioteca Nacional de Portugal, a par de mais três séries de três textos – respectivamente, sobre Raul Leal, nos 60 anos da sua partida (textos apresentados, em primeira instância, num Seminário promovido pelo Instituto de Filosofia da Universidade do Porto), Arnaldo de Pinho, no ano da sua morte, e José Esteves Pereira, por ocasião dos seus oitenta anos de vida. Isto para além da evocação de “Outros Vultos” da Cultura Lusófona – de António Paim, vulto maior da Filosofia Brasileira do século XX, António Sardinha, no centenário da sua morte, e Carlos Dugos, que nos deixou igualmente este ano, até Vasco da Rocha Vieira, que muito dignificou a nossa história enquanto último Governador Português de Macau.

Em “Outros Voos”, publicamos cerca de uma dezena de ensaios sobre as mais diversas temáticas; em “Extravoo”, damos o devido destaque à História Global da Literatura Portuguesa, entretanto lançada; em “Periódicos Eternos”, recordamos mais uma publicação relevante da história da nossa cultura; e, no “Bibliáguio”, damos o devido destaque a algumas publicações recentes – em particular, aquelas que foram igualmente promovidas pelo MIL. Tudo isto sem esquecer a vertente poética, a “outra asa”, da NOVA ÁGUIA, que se mantém desde o início – neste número, publicamos mais de uma dezena de poemas, como sempre tem acontecido, a par da secção “Moradas: Caderno Poético e Visual”, com poemas de Zetho Cunha Gonçalves e ilustrações de Diogo Gonçalves.

A Direcção da NOVA ÁGUIA

Post Scriptum: Dedicamos este número da NOVA ÁGUIA a Arnaldo de Pinho, que nos deixou em Maio, e a Carlos Dugos, que partiu em Junho, recordando e agradecendo aqui a sua colaboração na nossa Revista: “Metáforas do V Império e de outras Utopias” (NA02); “Lima de Freitas e a Arte Real” (NA29); “Lusotropicalidade e o Culto do Divino Espírito Santo” (NA30).


NOVA ÁGUIA Nº 36: ÍNDICE

Editorial…5

Nova Direcção da PASC: Plataforma de Associações da Sociedade Civil/ Casa da Cidadania…6

CAMÕES, AINDA E SEMPRE

CAMÕES, HOJE: RAZÃO E MISTÉRIO DA CELEBRAÇÃO DOS 500 ANOS DO SEU NASCIMENTO | Annabela Rita…8

REVISITANDO OS LUSÍADAS A PARTIR DE ANGOLA | Carlos Mariano Manuel…13

CAMÕES: BREVES TRAÇOS DA SUA PRESENÇA NA CULTURA CABOVERDIANA | Elter Manuel Carlos…17

ECOS DO VELHO DO RESTELO NO CABO BOJADOR | Fernando de Moraes Gebra …19

ECOS DE CAMÕES NO BRASIL | Humberto Schubert Coelho…25

NOS 500 ANOS DE CAMÕES: A SITUAÇÃO DE TIMOR | Ivónia Nahak Borges…27

CAMÕES E A FALTA DE AUTOESTIMA DOS PORTUGUESES | Jorge Chichorro Rodrigues…29

ESPIRITUALIDADE CAMONIANA, A PARTIR DA SUA OBRA POÉTICA | José Brissos-Lino…32

PRESENÇA DA LÍNGUA DE CAMÕES NA GUINÉ-BISSAU | Lúcio Sanhá…36

QUANDO JOSÉ GIL ESQUECEU CAMÕES | Luís de Barreiros Tavares…37

CAMÕES, UMA INSPIRAÇÃO | Luís Vieira-Baptista…39

DECLÍNIO DO HOMEM EM CAMÕES | Márcio Jean Fialho de Sousa…42

A ÉPICA CAMONIANA EM DIÁLOGO COM AS ARTES PLÁSTICAS | Paula Oleiro…45

AGOSTINHO DA SILVA E O MUNDO IDEALIZADO POR CAMÕES | Renato Epifânio…56

A LÍNGUA DE CAMÕES: COMPANHEIRA DO IMPÉRIO COM HORIZONTE ECUMÉNICO | Seabra Pereira…58

III ENCONTRO EÇA DE QUEIROZ, 150 ANOS

EÇA DE QUEIROZ MEDIEVALISTA: O CONTO DE SIR GALAHAD | Ana Margarida Chora…66

A ITÁLIA EM EÇA, EÇA EM ITÁLIA | Brunello Natale De Cusatis…72

O FILÓSOFO FRADIQUE MENDES E OS FILÓSOFOS DE FRADIQUE (RECORDANDO ALFREDO CAMPOS MATOS) | César Tomé…76

ALGUNS CONTOS DE EÇA DE QUEIROZ E O CONTO “JOSÉ MATIAS” EM PARTICULAR | Jorge Chichorro Rodrigues…87

A HAGIOGRAFIA QUEIROSIANA À LUZ DE JAIME CORTESÃO | José Almeida…90

EÇA DE QUEIRÓS CRONISTA: ANNABELA RITA E O ESTATUTO LITERÁRIO DA CRÓNICA | Miguel Real…95

EÇA E CONDE DE FICALHO, A AMIZADE DE UMA VIDA | Paula Oleiro…99

PERSPECTIVAS SOBRE RAUL LEAL, NOS 60 ANOS DA SUA PARTIDA

DIFICULDADES DE ACESSO À OBRA LEALINA – A HÉTERO-ORTODOXIA DE RAUL LEAL: DA VISÃO DO ACESSO AO ACESSO À VISÃO | Pedro Vistas…108

DUAS PORTAS DE ENTRADAS NA OBRA DE RAUL LEAL | Renato Epifânio…115

O MANIQUEÍSMO TRANSCENDENTAL DE DEUS-SATÃ NA TEOMETAFÍSICA DE RAUL LEAL | Samuel Dimas…119

ATÉ SEMPRE, ARNALDO DE PINHO

ARNALDO DE PINHO: DA VIDA AO PENSAMENTO | Jorge Teixeira da Cunha…130

BREVE NOTA SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DE ARNALDO DE PINHO PARA O ESTUDO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO E TEOLÓGICO PORTUGUÊS | António Braz Teixeira…132

ARNALDO DE PINHO E OS ESTUDOS DO PENSAMENTO PORTUGUÊS: O CENTRO DE ESTUDOS DO PENSAMENTO PORTUGUÊS | Afonso Rocha…133

NOS OITENTA ANOS DE JOSÉ ESTEVES PEREIRA

A CONTRIBUIÇÃO DE JOSÉ ESTEVES PEREIRA PARA O DIÁLOGO FILOSÓFICO LUSO-BRASILEIRO | António Braz Teixeira…140

JOSÉ ESTEVES PEREIRA E A HISTÓRIA DAS IDEIAS FILOSÓFICAS | Maria de Lourdes Sirgado Ganho…143

JOSÉ ESTEVES PEREIRA E A SUA COLABORAÇÃO NA REVISTA NOVA ÁGUIA | Renato Epifânio…146

OUTROS VULTOS

ANTÓNIO PAIM | António Braz Teixeira…150

ANTÓNIO SARDINHA | Nuno Sotto Mayor Ferrão…155

CARLOS DUGOS | José Almeida…157

JAIME CORTESÃO | Renato Epifânio…159

JORGE A. H. RANGEL | António Aresta…160

JOSÉ ENES | Emanuel Oliveira Medeiros…170

TEOLINDA GERSÃO | Márcio Jean Fialho de Sousa…177

VASCO ROCHA VIEIRA | Jorge A. H. Rangel…182

OUTROS VOOS

O EVANGELHO PORTUGUÊS EM TRANSFORMAÇÃO | Annabela Rita…186

FERNANDO PESSOA EM TALLINN | Duarte Branquinho…195

PEDAGOGIA UNIVERSITÁRIA, METODOLOGIA E DIDÁTICA: PERSPETIVAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM | Emanuel Oliveira Medeiros…196

A ARTE NA ERA DA DISTRACÇÃO | João Franco…200

A UNIVERSIDADE CAPTURADA: DA RAZÃO CRÍTICA AO TREINO IDEOLÓGICO | João Maurício Brás…204

VOLTANDO AOS “PAINÉIS” | Joaquim Domingues…206

DO ESPAÇO DO SILÊNCIO AO PROPÓSITO DIVINO | Marta David…209

ELOGIO DA NAVALHA DE OCKHAM | Paulo Ferreira da Cunha…210

DEAMBULAÇÕES PRÓ-LUSÓFONAS | Renato Epifânio…217

AUTOBIOGRAFIA 16 | Samuel Dimas…218

EXTRAVOO

APRESENTAÇÃO DA HISTÓRIA GLOBAL DA LITERATURA PORTUGUESA | Annabela Rita e Alberto Manguel…230

ENTREVISTA A ANNABELA RITA | Natália Constâncio…235

PERIÓDICOS ETERNOS

CORREIO DA PENÍNSULA OU NOVO TELÉGRAFO | Pedro Vistas…242

BIBLIÁGUIO

PORTUGALIDADE: IDENTIDADE, CULTURA E ALMA LUSA | Renato Epifânio…250

O SENTIDO DAS FORMAS: PÁGINAS DE ESTÉTICA LUSO-BRASILEIRA | José Carlos Pereira…250

O DIÁLOGO COM KANT NO PENSAMENTO LUSO-BRASILEIRO | Mattia Riccardi…257

A DESOLAÇÃO DO MUNDO: LEONARDO COIMBRA E MARTIN HEIDEGGER | João Luís Ferreira…259

RAIZ DI POLON: A DANÇA CONTEMPORÂNEA CABO-VERDIANA COMO FORMA DE EXPRESSÃO FILOSÓFICA | Celeste Natário…263 

LOYAL CONSEILLER | Carlos Pereira…264

ROMANCE DE DOM DINIS – EL REY QUE (NOM) FEZ TUDO QUANTO QUIS | Annabela Rita…268

O LABORATÓRIO PROGRESSISTA E A TIRANIA DOS IMBECIS | Jóni Coelho…269

O PRINCÍPIO DO MUNDO | Renato Epifânio…271

OS IDENTITÁRIOS | Jóni Coelho…272

POEMÁGUIO

(NO) VENENO; PURAZER; ENTÃO NADA | António José Borges…64

PARA MERECER A POESIA; PASTORAL | Joel Henriques…64

NÚS; SELVA DE PEDRA; ESTRELA | João Franco…65

SER POETA | Beatriz H. Pontes…106

O EREMITA; PORTUGAL | Jesus Carlos…129

BREVE ESCÓLIO DE AUTOGNOSE; ATÉ AO FIM DO MUNDO | Paulo Jorge Brito e Abreu…148

A MEUS OLHOS | Júlia Nery…149

MENSAGEM ENVIADA | Jaime Otelo…184

ACELERADA PELO FOGO; AS MÃOS | Samuel Dimas…228

DIZES QUE PENSAR É ESTAR DOENTE DOS OLHOS | Alexandra Barreiros…229

CAMÕES; MAR; ELOGIO A FRANCISCO DE SÁ-CARNEIRO; A ANTÓNIO FEIJÓ | Manoel Tavares Rodrigues-Leal…240         

MORADAS: CADERNO POÉTICO E VISUAL

Poemas de Zetho Cunha Gonçalves e Ilustrações de Diogo Gonçalves…274

MEMORIÁGUIO…282

MAPIÁGUIO…283

ASSINATURAS…283

COLECÇÃO NOVA ÁGUIA…286


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21 Autores para a Filosofia Portuguesa do Século XXI

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“21 Autores para a Filosofia Portuguesa do Século XXI”, in Letras ComVida: Literatura, Cultura e Arte, nº 4, 2º Semestre de 2011, pp. 18-66. 
https://2b434bd660.cbaul-cdnwnd.com/55972ade0135b6dbe03920fef94235b8/200000129-b9dcebad7f/Dossi%C3%AA%20Tem%C3%A1tico.pdf