Paulo Cesar Paschoalini

Paulo Cesar Paschoalini
Pirafraseando

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

MINHA POESIA:

ME BASTA! 

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Livra-me da angústia que me gasta 
e de toda a inquietação me afasta. 
Reveste-me, ainda, de fé mais vasta, 
com intensidade que o amor arrasta. 
Em meu ser, 'o mistério me basta'!

( frase 'entre aspas': desconheço a autoria )

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
[ Protegido por Lei de Direitos Autorais, 9.610/98 ]
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25 DE DEZEMBRO: FELIZ E ABENÇOADO NATAL!

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

MINHA CRÔNICA

O sonho não acabou... 


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“... Me diz como pode acontecer, um simples canalha mata um rei, em menos de um segundo.”

(Beto Guedes e Ronaldo Bastos em “Canção do novo mundo”)

 

_____No dia 8 de dezembro de 1980, o mundo despertou perplexo com o assassinato de John Lennon. A boca da arma de Mark David Chapman, um fanático (sempre eles!), calou para sempre a voz do ex-Beatle, com quatro tiros à queima-roupa. Uma atitude que até hoje suscita dúvidas quanto ao que teria motivado esse lunático a cometer tal ato de covardia. Para alguns, Chapman foi apenas o executor e não o mentor do assassinato. De acordo com algumas fontes na internet, a imagem acima, escolhida para acompanhar este texto, seria o último registro de Lennon vivo, cuja fotografia captura também parte do rosto do assassino, no canto direito (site: revistabula.com).

_____Arquivos do FBI divulgados na década de 90 revelaram uma preocupação das autoridades dos Estados Unidos com o artista, que tinha um estilo de vida pouco convencional para a época. Por ser uma figura polêmica, seus passos eram seguidos de perto e cada atitude de Lennon era objeto de investigações secretas e consequente fichamento por parte do “Bureau” norte-americano, que o considerava uma ameaça, já que ele cometia o “absurdo” de se posicionar abertamente contra as guerras, especialmente a do Vietnã, e pregava a paz através de manifestações públicas ou em suas composições, com em “Give peace a chance” (Dê uma chance à paz), gravada em 1969.

_____Porém, uma de suas maiores obras na carreira solo foi gravada dois anos mais tarde. “Imagine” se tornou o hino de uma geração e, com os acontecimentos do mundo de hoje, está mais atual do que nunca. 

_____“... Imagine não existir países. Isso não é difícil de se fazer. Sem matar ou morrer e sem religião também. Imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz...”

_____Embora essa composição nos convide a uma profunda reflexão, muitos consideram seu conteúdo utópico. Para Lennon, no entanto, trata-se de um sonho perfeitamente possível de tornar-se realidade. 

_____“... Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único. Eu espero que algum dia você se junte a nós e o mundo será um só.” 

_____Mais de cinco décadas depois de “Imagine”, a sociedade evoluiu tecnologicamente e a vida foi reduzida a convivência digital. Entretanto, algumas coisas não mudaram e até se acentuaram. Quanta violência e quanto matar e morrer em nome de religiões ou fronteiras! Como é difícil viver em paz no mundo atual!... Na música “Comentário a respeito de John” o compositor Belchior (falecido em 2017), em parceria com José Luis Penna, destaca a dificuldade em se conseguir a felicidade e a paz: ... John, eu não esqueço, a felicidade é uma arma quente...

_____Realmente, pode parecer impossível mudar o mundo todo. Mas uma grande transformação só começa a se processar através de pequenas ações individuais. Basta começarmos a mudar a nós mesmos e, a partir daí, singelas mudanças para melhor ocorrerão, mesmo que seja apenas no pequeno mundo ao nosso redor. Quem sabe assim, aos poucos, um dia “o mundo será um só”, como sonhava John Lennon. 

_____Apesar de lembrar os 45 anos da morte de Lennon, convém mencionar os demais integrantes do Beatles, que não só marcaram uma geração como continuam a influenciar músicos atuais. Paul McCartney esteve recentemente no Brasil para apresentações inesquecíveis, sempre com ingressos esgotados. Tudo o que for dito sobre McCartney deixará cada vez mais evidente sua genialidade, talento e carisma, ainda arrastando multidões. Melhor do que falar sobre ele é ainda ter o privilégio de assistir pessoalmente ao seu show “Got Back” em 07/12/2023, no Allianz Parque, em São Paulo, acompanhado de minha mulher e minha filha. Um momento inesquecível!

_____Já Ringo Starr mantém-se discreto e, pelo que consta, com pouca aparição pública, mas noticiários informam sobre eventuais trabalhos de estúdio, além da repercussão de algumas de suas entrevistas. 

_____Sobre George Harrison, outro ex-Beatle falecido, pode-se dizer que o guitarrista dos Beatles era alguém sensível e talentoso e, por isso mesmo, não menos importante que os demais. Encontrou o espaço que precisava para mostrar que também era um compositor extraordinário, também na carreira solo. Além do mais, deixou evidenciada a sua tendência espiritual, principalmente quando gravou em 1971 a música “My sweet Lord”. 

_____Participou ativamente de eventos em favor de causas humanitárias. Também foi vítima de um atentado, sendo esfaqueado dezenas de vezes por Michael Abram, um fanático (olha outro aí!) que invadiu a sua casa em Londres em 1999. Apesar desse fato isolado, viveu em paz consigo mesmo e sempre buscando uma integração harmoniosa com o universo, até ser vencido por um câncer, em 2001. 

_____Apesar de suas músicas imortais, cada integrante dos Beatles seguiu um caminho semelhante a qualquer outro mortal. Assim, cada sonhador faz dos seus sonhos a sua realidade... E depois as cortinas se fecham e ele sai de cena do palco da vida.

_____Em 1970, John Lennon anunciou o fim dos Beatles, com a icônica frase “the dream is over”. Mas, na verdade, o sonho não acabou. Apenas a cada dia se renovam os sonhadores.



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AUTORPaulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO: O texto foi publicado no blog da "Revista Vicejar" em 08.12.2025, onde o escritor possui vários textos de sua autoria, atuando como Colaborador do blog e do site. Para ler mais acesse:
BLOG DA REVISTA VICEJAR: http://revistavicejar.blogspot.com/

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segunda-feira, 20 de outubro de 2025

MINHA POESIA:

ORAÇÃO DO POETA: 

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Senhor,
que meus versos sejam uma oração
e as palavras apascentem a razão;
que o coração alimente me olhar
e as rimas possam almas encantar,
Amém!

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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2O DE OUTUBRO: "DIA DO POETA"

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domingo, 12 de outubro de 2025

MINHA POESIA:

Faz de conta 



Outro dia mesmo estava me divertindo,
assim meio descuidado, meio distraído,
e pelas brincadeiras de infância atraído.

Vieram outros dias, outras noites,
e, então, o tempo, sorrateiramente,
foi levando para longe de mim, dia após dia,
o pião que fazia girar as minhas fantasias;
as bolinhas de sabão, que eram meu alento,
foram desmanchando-se ao sopro do vento.

O faz de conta, os pés descalços, as “partidas”,
o “bate-bola” nos campinhos de terra batida;
as alegres brincadeiras de “esconde-esconde”,
me escondiam do mundo adulto, não sei onde.
Enfim, até me dar conta que chegou o dia
de que esconder já não mais conseguia.

Eu não gostei de ter crescido, realmente.
Vez por outra eu me perco à minha procura.
Eu queria ter de novo aquela estatura,
aquela inocência, aquela candura.
Não queira esse mundo de loucura,
onde a verdade se vai e a mentira perdura.
Eu queria ser um menino eternamente.

Na verdade sou criança, apesar da aparência,
e luto para não ser adulto, com veemência,
para não adulterar de vez a minha essência.

O pião perdeu-se num mundo que continua a girar,
as bolinhas de sabão desfizeram-se de vez pelo ar
e nas ruas asfaltadas meus pés calçados vêm pisar.

Mas eu sigo brincando de esconde-esconde, contudo,
com o tempo que insiste em transformar tudo;
faz de crianças alegres, adultos sisudos;

Meu corpo de adulto pelo tempo foi esculpido,
embora me sinta criança, num corpo crescido,
com roupas de adultos, mas espírito despido.

Quanto mais ele muda, mais me contraponho,
pois muda um reino encantado de sonhos,
em um mundo ainda mais infeliz e tristonho.

Cresci e não gostei; isso me desaponta.
Por isso mantenho esse desejo oculto,
insistindo em brincar de faz de conta,
“fazendo de conta” que sou adulto.

Este texto poético consta do livro "Mar adentro, mundo afora", páginas 19 a 21.
Para adquirir a obra, acesse o site da Editora Clube de Autores através do link: 

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_____No dia 12 de outubro é comemorado no Brasil o "Dia das Crianças".

_____Esta poesia não é uma ratificação da chamada "Síndrome de Peter Pan", que é aceita na Psicologia como uma dificuldade de enxergar-se como adulto ou a negação dessa condição, justamente na fase madura da vida.

_____Ao invés disso, é a constatação de estar vivenciando a chamada fase intermediária entre a infância e a velhice, mas desejando, de maneira utópica, regressar cronologicamente a uma etapa considerada feliz, que passou de maneira tão fugaz.

_____É, de forma silenciosa, lançar mão de palavras que evocam um sentimento que transita entre a melancolia, capaz de ferir, e o consolo da lembrança de momentos alegres vividos pela criança, que ainda habita o meu ser e que vez por outra socorre-me de situações em que não me encaixo, diante de uma realidade que julgo que já não me serve.


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AUTORPaulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO: O texto foi publicado no blog da "Revista Vicejar" em 11.09.2025, onde o escritor possui vários textos de sua autoria, atuando como Colaborador do blog e do site. Para ler mais acesse:
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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

MINHA POESIA:

SONHADOR: 

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Às vezes me inquieto com o futuro, 
mas, no fundo, eu sinto pena dele; 
é menor que meus sonhos, asseguro. 

Ah!... se soubessem, meu Senhor, 
quantos futuros podem caber 
na alma de um sonhador! 

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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sábado, 30 de agosto de 2025

MINHA CRÔNICA:

Luzes que vagam na lembrança 


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_____Desde o início deste ano tenho me lembrado com frequência da casa onde nasci. Uma casinha bem simples, construída no fundo de um terreno, e que tinha apenas três cômodos. Sala, cozinha e um único quarto, com um banheiro do lado de fora, próximo a um pequeno rancho que abrigava o tanque de lavar roupas. 

_____Ficava na última rua do bairro, sem asfalto. Para dar mais “segurança”, uma cerca de bambu foi “edificada” na frente da casa, a poucos metros do acanhado terraço da sala. O chão de todos os cômodos era de tijolos e no alto as telhas eram visíveis, pois não havia forro. Isso quer dizer que no verão o interior da casa era “um forno” e no inverno as frestas não davam conta de segurar o vento frio, se muito forte. 

_____Moramos nela até quando eu tinha pouco mais de seis anos e depois mudamos para uma nova casa na frente do mesmo terreno, dessa vez com todo o “luxo” de se ter quatro cômodos; ou seja, um dormitório a mais. Desse modo, deixamos de habitar uma casinha de fundo, para viver numa outra em que um vitrô e uma janela tinham a calçada por companhia. A rua continuou sem ser pavimentada ainda por mais algum tempo. 

_____Apesar das dificuldades, tenho muita saudade de como a vida era simples. Sem ter aparelho de televisão, ao anoitecer a simplicidade convidava as crianças a olharem para o céu e observar as estrelas. Ou, então, admirar as “estrelas voadoras”, querendo iluminar as verduras da pequena horta, ou esparsas margaridas na cabeceira dos poucos canteiros. 

_____Era maravilhoso ter alguns singelos pontos brilhantes, numa época em que não era comum instrumentos portáteis, pois o uso de objetos com pilhas ainda era uma raridade para o poder aquisitivo da maioria. Para clarear aqui ou ali, era preciso servir-se com cuidado de uma lamparina com querosene. Tarefa essa destinada a um adulto, é claro! 

_____Desse modo, numa atmosfera de luzes tímidas e escassas, ali diante de nossos olhos, podíamos ver o bailado encantador de alguns vagalumes. Depois de crescido vim saber que também são conhecidos como pirilampos. Mas porque agora fui me lembrar de vagalumes? 

_____Curiosamente (mas foi muita coincidência, mesmo!), numa dessas noites da semana passada, vi no chão da minha cozinha um inseto, com todas as características de um vagalume. Cheguei a ficar em dúvida, mas o menino que mora dentro de mim afirma categoricamente tratar-se de um vagalume. 

_____Minha filha nunca viu um deles e, por essa razão, pensei em chamar ela e minha esposa, mas desisti. Como em nenhum momento o inseto esboçou qualquer sinal de luz, parecendo não estar portando sua “lanterna natural”, tudo que fiz foi recolhê-lo com cuidado numa pequena recipiente e colocá-lo próximo a algumas plantas, no pequeno jardim do lado de fora. 

_____Logo depois de entrar e fechar a porta, o olhar percorreu o ambiente onde moro e um “filme” passou rapidamente pela minha mente. De uma residência de três cômodos, para uma casa com mais conforto. No interior dessas paredes, objetos que simbolizam alguns sacrifícios e alegrias de se chegar até aqui. 

_____A diferença também podia ser percebida no lado de fora. Foquei o olhar na direção do lugar escuro em que tinha deixado o vagalume e tentei buscar pelo menos um mínimo de luz, mas não vi nenhum vestígio. 

_____Tornei a recordar da casinha onde nasci. Apesar de não morar mais nela, constatei que ela continua a morar dentro de mim. Lembrei também das luzes dos vagalumes e de toda a magia que elas continham. 

_____Mas somente agora me dei conta da intensidade delas. E de tão intensas, atualmente chegaram a provocar certo incômodo nos meus olhos, a ponto de verterem algumas gotas de saudade para aplacar o ardor de lampejos intermitentes, de um tempo que repousa num canto qualquer da memória. 

Texto selecionado para compor a "Coletânea Lugar no Coração", Projeto Apparere, da "Editora PerSe - Publique-se", da cidade de São Paulo-SP, editada no ano de 2025. 



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AUTORPaulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO: O texto foi publicado no blog da "Revista Vicejar" em 30.08.2025, onde o escritor possui vários textos de sua autoria, atuando como Colaborador do blog e do site. Para ler mais acesse:
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