19.11.06

Aratinga weddellii

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Agora é que foi. Já nem nos sonhos me safo, sonhos com mau argumento, muitos e maus actores e muita acção, que merda. Sonhei com uma ex-namorada, com porcas enormes e varrascos que pelo aspecto só podiam ser seleccionnados, cavalos ou melhor garanhões, mesmo os que eram novos, assim como o que fugiu e foi ter à entrada secreta de uma casa que era uma mina(não devia ser de estanho pois não havia dragões, graças a Deus) não sei do quê, em que os meus assassinos me esperavam do outro lado da porta. Segui o cavalo que fugiu até ao cimo do monte perto da mina do outro lado do rio com o olhar, sentado em cima do portão por onde fugiram os porcos. Isto é mau e já chega. Ultimamente os meus sonhos são assim, ainda os estou a sonhar e apercebo-me como são uma merda e tenho que os ver até acordar. Como quando sonhei que passeava de barco numa selva (tipo amazonia) e os papagaios que levantavam voo à minha passagem eram falsos, levantavam voo como se já estivessem a voar em velocidade de cruzeiro.

8.9.06

Aratinga auricapilla

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"- Tenho uma ideia para uma receita nova. Pega-se num porco vivo e atira-se com ele para dentro de um forno muito quente de modo que o porco fica assado por fora. E, quando o servimos, ele ainda está vivo e a mexer por dentro. Ou, no caso de se ter um restaurante e querer dar um tom mais dramático, um porco aos guinchos e coberto de brande a ferver sai a correr da cozinha e vem cair mesmo ao pé da cadeira do cliente. Pode-se estender a mão, arrancar-lhe as orelhas crocantes e estaladiças e comê-las enquanto se toma um cocktail."

William Burroughs

25.7.06

Trichoglossus chlorolepidotus

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"O inferno é o buraco.
Os bichos mordem o corpo todo, que estão debaixo da terra.
O Jesus faz um boneco de barro e depois sobra no nariz e vira pessoa.
O Jesus vem numa nuvem com muitas nuvens e tras pessoas para o ceu.
Achas que podemos fazer aqui um castelo quando Jesus queimar isto tudo?
Mas eu também quero dizer que fui eu que contei a historia."

Lucas
(...)


Fifteen men on Dead Man´s Chest.
Yo-ho ho and a bottle of rum!


(...)


Quilhas partidas, navios ao fundo, sangue nos mares!
Conveses cheios de sangue, fragmentos de corpos!
Dedos decepados sobre amuradas!

Cabeças de crianças, aqui, acolá!
Gente de olhos de fora, a gritar, a uivar!
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh!
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh!
Embrulho-me em tudo isto como uma capa no frio!
Roço-me por tudo isto como uma gata com cio por um muro!
Rujo como um leão faminto para tudo isto!
Arremeto como um toiro louco sobre tudo isto!
Cravo unhas, parto garras, sangro dos dentes sobre isto!
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh!

(...)

Ah, ser tudo nos crimes! ser todos os elementos componentes
Dos assaltos aos barcos e das chacinas e das violações!
Ser quanto foi nos lugares dos saques!
Ser quanto viveu ou jazeu no local das tragédias de sangue!
Ser o pirata-resumo de toda a pirataria no seu auge,
E a vítima-sintese, mas de carne e osso, de todos os piratas do mundo!

(...)

Estar convosco na carnagem, na pilhagem!
Estar orquestrado convosco na sinfonia dos saques
Ah, não sei quê, não sei quanto queria eu ser de vós!
Não era só ser-vos a fêmea, ser-vos as fêmeas, ser-vos as vítimas.
Ser-vos as vítimas - homens, mulheres , crianças, navios - ,
Não era só ser a hora e os barcos e as ondas,
Não era só ser vossas almas, vossos corpos, vossa fúria, vossa posse,
Não era só ser concretamente vosso acto abstracto de orgia,
Não era só isto que eu queria ser - era mais que isto o Deus-isto!
Era preciso ser Deus, o Deus dum culto ao contrário,
Um Deus monstruoso e satânico, um Deus dum panteísmo de sangue,
Para poder encher toda a medida da minha fúria imaginativa,
Para poder nunca esgotar os meus desejos de identidade
Com o cada, e o tudo, e o mais-que-tudo das vossas vitórias!

(...)

Moços de esquina - todos nós o somos - do humanitarismo moderno.

Estupores de tísicos, de neurasténicos, de linfáticos,
Sem coragem para ser gente com violência e audácia,
Com a alma como uma galinha presa por uma perna!

Ah, os piratas! os piratas!
A ânsia do ilegal unido ao feroz,
A ânsia das coisas absolutamente cruéis e abomináveis,
Que rói como um cio abstracto os nossos corpos franzinos,
Os nossos nervos femininos e delicados,
E põe grandes febres loucas nos nossos olhares vazios!

(...)

Álvaro de Campos

12.7.06

Aratinga guarouba

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Depois da chuva andei a apanhar caracoletas, fiquei encharcado, e com o corpo todo a colar. Agora um pouco aborrecido acredito que se gritasse com muita força até conseguia por um recipiente de plástico a sangrar ou um daqueles astronautas do mac a chorar. Muito fixe andar no meio da erva alta e a meter os cornos debaixo das árvores, os muros os abelharucos as silvas os corvos a chuva o calor a luz o meu corpo. Recomendo! Substitui perfeitamente o comprimido.

8.7.06

Ara ararauna

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A visão da vagina afasta o diabo...

3.7.06

Aratinga acuticaudata

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O Ricardo deve ter pensado: a puta da velha ainda se larga a tossir quando lhe tiver a ir ao cu e fico aqui sozinho a bater à punheta. Atirou-se três vezes para a bola e defendeu. A velha dormia, ou não deram por ela, é bom quando tudo acaba bem.

10.5.06

Callocephalon fimbriatum

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Hoje apetecia-me matar. Espancar até a morte. Ficar todo sujo de sangue e de merda. Sentir a excitação aos arranques sem perder o controlo, sem perder nada.

28.4.06

Touit surda

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Ela é bela!
Retro-escavadora amarela.

Rasga o chão abrindo a vala, tapando no caminho em frente a morte.
As ruas, o chão coberto de calçada à noite à chuva rodeada pelos velhos edificios, por onde não fui.

Por onde fui.

Platycercus eximius

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Quando morrer quero que me façam uma autópsia, gosto da ideia de mexerem no meu corpo depois de morto e de se ficar com uma boa ideia do que morri.

white light white light

Os cortes que não doem e os pontos que nunca vão cicatrizar. Depois de aturado estudo chego á conclusão que este individuo morreu por ter fodido de pé de forma continuada ao longo da sua vida. Foder de pé provoca micro-rupturas em determinados que levam á falencia se o comportamento de risco for cometido de forma repetida e ao longo de muitos anos. white light.
white light! Gostava que o meu cadaver fosse deixado à superficie a apodrecer, ao sol, à chuva, comido pelos cães vadios, claro que o sonho das cinzas no mar no meu caso era o meu corpo ser deixado no Tejo internacional e a carne ser comida pelos abutes e depois os quebra-ossos fazerem o resto do trabalho. Isto já estou a sonhar. Mas eu tenho fé no impossivel.

White light white light

Foder de pé ou por ter bebido água com radiação durante quase toda a vida, porque a vida já foi em Africa, cá as minas de uranio continuam a contaminar e nós a beber é a vida.

White light white light

Foder de pé ou por ser atropelado numa passadeira elevada para financiar a camara.
WHITE LIGHT!

25.4.06

Vini ultramarina

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... É o símbolos do cão!

23.4.06

Eolophus roseicapillus

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"Não sei se é amor que tens, ou amor que finges,
O que me dás. Dás-mo. Tanto me basta."

Ricardo Reis

12.4.06

Nestor notabilis

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Hoje comi a alface toda porca não a lavei. Não a quis lavar.

11.4.06

Psittacula longicauda

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17.3.06

Psittacula longicauda

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Ms u

28.2.06

Neophema chrysogaster

15.2.06

Polytelis swainsonii

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Ola tudo bem.
Hoje ouvi piar. Adorei.

As gajas não são todas iguais. São diferentes. Gritam de forma diferente. Têm formas diferentes de levar o copo à boca. Umas amamos outras não. Sim, também a forma como expelem o fumo do cigarro. A forma como se movem faz toda a diferença. Não sei, não entendo porque umas me cativam e outras não. ou indiferença. ou repulsa.

"A minha vida amorosa é terrível, a última vez que tive dentro de uma mulher foi quando visitei a estátua da liberdade" Woody Allen

Nada. Eu estou a deixar de ter os meus movimentos, a alterar radicalmente a forma como me mexo. As pessoas devem ter uma percepção (enquanto combinação dos sentidos no reconhecimento de um objecto) muito negativa de mim. Não sou natural. Se calhar nunca fui mas agora é uma coisa grotesca. Anormal. Doente. Os maxilares contraem-se (os maxilares dos outros). Como olhar para um cão sujo a que falta uma perna. Mas espero um dia destes acordar com umas asas coloridas. Vão ver-me e os olhos vão procurar receber mais luz. Músculos relaxados.

Era pior se eu fosse viciado em cigarros ou álcool.

"Como muita gente sem nada para fazer, ressentia-se quando lhe roubavam tempo." William Burroughs

Também tenho de ir.

13.2.06

Nandayus nenday

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Segunda-feira 13

8.2.06

Eunymphicus cornutus

Cyanopsitta spixii

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Pois é Kyler a verdade verdadinha é que não sou capaz. Não curto estas filmarias mas ainda fiz um pequeno esforço (pequeno, como o esforço de reciclar). Eu não sou maníaco mas é verdade que nunca dei seguimento a uma corrente, embora esta tenha sido a que mais gostei. Espero que a ausencia de batimentos de asas não provoque o holocausto.

1.2.06

Tanygnathus lucionensis

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Quem é que eu gostava de ser? Para onde eu vou? Não faço ideia, e vou para nunca ter existido.
Gostavas de compreender alguém?

Prioniturus luconensis

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Uma menina agora mulher deixou de acreditar em Deus porque o alcool dentro do frasco continuava azul na manhã seguinte. Depois de uma noite inteira a rezar o frasco estava azul. Azul e não devia estar azul porque o alcool não é azul.

Strigops habroptilus

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"Quando no horizonte o céu e a terra se tocam, já em mim perece a vontade de os voltar a ver; e cá dentro o desejo e a esperança se desvanecem num turbilhão de pensamentos confusos, ocos, inconclusivos... é o que me vai na alma. A angustia que me consome por dentro é apenas o reflexo do que eu não tenho ou não posso ser... dói-me o cérebro, o corpo, os dedos dos pés, as mãos gretadas, o cabelo que não tenho, a pila, enfim... muitos dos dias, é só porques e não acho sentido continuar uma luta que não é só minha... estar só neste mundo tão imenso, para quê? Tou a chegar a uma encruzilhada, a qual me dá a sensação, que qualquer que seja o caminho que eu escolha, vai dar a um precipicio sem retorno... enfim, é esta merda que eu sou!"

Barbaazul

30.1.06

Ara ararauna

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Aproximo-me e um grupo de corvos levanta voo, vejo que esperam o momento certo, deixam chegar bem perto deles tem-me controlado, partem todos juntos, não existe mais nada...um momento em que vale a pena estar vivo.

29.1.06

Aratinga solstitialis

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Forma de amar XXX


A puta da vaca virou-se para mim e disse:
- Se faz o favor, limpa-me o estrume.
Eu limpei-lho todo.
Ela a vaca arrotou-me obrigado.

Aratinga finschi

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"Tenho frio, tenho fome, tenho sono... mas não tenho a certeza de estar num mundo meu... todas estas sensações do corpo e da ialma são controversas quando confrontadas com a inesgotavel fertilidade da minha mente... uma vez cá dentro são milhões de flashes psicadélicos muitos sem nexo ou destino, que viajam em forma de peliculas cinematográficas com um som e imagens até hoje ainda não atingidos... diria eu que, com um certo egocentrismo narcisista, sou um universo de infindáveis inutilidades sentimentalistas e corrosivas, mas de rara beleza..."

Barbaazul

Ara ararauna

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Sou doente, um mal de nervos (a doença foi-me transmitida pelo contacto com uma margarida) que me faz tremer todos os musculos do meu corpo de forma desordenada, não consigo estar parado, ando sempre à procura da posição em que dói menos e isso não me deixa fazer nada. Deixa-me parado, completamente imovel, e os meus musculos com vida propria continuam a contrair-se de forma incompreensível para mim. Aposto que estão a fazer alguma coisa, talvez um golpe de estado para pôr fim a esta ditadura. Se ao menos tivesse um cão podia ser feliz.