O que mais pesa nesta vida é a sua transitoriedade. Instantes…tudo dura meros instantes, toda a nossa vida não é mais que um grão de areia, na eternidade cósmica. Uma pena, leve, tão leve que os ventos do tempo rapidamente a apagam da memória. Tudo se torna absolutamente insignificante, ridículamente insignificante, por durar tão pouco. Uma vida, por mais nobre que seja, com o tempo será apagada da memória de todos, até da nossa própria . Quantos dias da minha vida eu já esqueci? Quantas caras, quantos beijos, quantas lágrimas e quanto risos já se apagaram do meu cérebro? Humanos, quantos seres humanos anónimos existiram antes de nós? Seres iguais a nós. Seres especiais e únicos. Cujo nome foi apagado pelas areias do tempo e nunca ninguém o escreveu na estrelas.
Em tempos idos adorávamos deuses de pedra. Agora adoramos deuses de papel
Em tempos idos dançávamos com as estrelas, conhecíamos os caminhos do sol e a dança dos planetas. Agora vemos imagens de galáxias no ecrã do computador e achamos tudo muito bonito e muito distante.
Em tempos idos bebíamos água dos rios, nadávamos com os peixes e com os golfinhos, escutávamos o cântico das gaivotas. Agora bebemos água engarrafada e nadamos em piscinas cheias de coloro.
Em tempos idos matávamos com pedras. Agora podemos aniquilar civilizações com bombas nucleares.
Em tempos idos morríamos de doença, de acidente ou de velhice. Agora (novidade!) continuamos a morrer de acidente, de doença ou de velhice.
Em tempos idos vivíamos em comunidade. Vivíamos num só local, mas toda a aldeia funcionava como uma família. Hoje podemos viajar a qualquer parte do planeta, mas se for preciso não conhecemos os nossos vizinhos.
Antigamente a guerra era uma forma de sobrevivência. Hoje podemos ter a paz, mas estamos consatentemente em guerra até no nosso íntimo.
Antigamente não tínhamos ciência – tínhamos questões – sobre o universo, sobre a existência, sobre nós mesmos. Agora temos ciência, temos dialéctica, tecnologia e religiões mas as questões essenciais permanecem as mesmas.
Ó modernidade para que serves? Que preço tivemos que pagar pela civilização de que tanto nos orgulhamos?
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Está na hora de o homem parar de reduzir o universo à sua dimensão. Mas de fazer por se “infinitizar”. Por alargar a sua consciência ao tamanho do universo.
Somos migalhas na escala cósmica mas da nossa pequenês podemos contemplar toda a imensidão do cósmica. Deixe-mo-nos maravilhar com a sua beleza, aprendamos com a sua escala, com toda a sua eternidade. Desta perspectiva todos os conflitos humanos parecem diminutos, quiçá mesquinhos.
Em toda a ordem cósmica a vida é algo de extremamente improvável – se o universo fosse criado de novo dificilmente iríamos encontrar seres iguais a nós. Por isso devemos assumir-nos como guardiães da criação – proteger a vida, parar com o derramamento de sangue., preservarmos este planeta que é a nossa única casa.
O
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Somos produtos do momento. Pó instantâneo que se escapa por entre as frestas do tempo para se cristalizar nos interstícios da memória.
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O sentido da vida- se é que ela tem algum – é criar desordem. Perpetuar a aleatoriedade que é esta existência. O sentido da alma é encontrar alguma beleza e significado neste caos que é existir. A mente estableçe a ponte entre a vida e a alma, tecendo infinitas teias de relações causa-efeito, quiçá em vão, para uma cadeia aleatória de experiências que se sucedem ad infinitum (e ad nauseam) – sempre com resultados distintos. Pareçemos estar flutuando à deriva, tentando-nos agarar a explicações teológicas ou metafísicas para numa existência perfeitamente aleatória onde a única coisa que podemos tomar como certa é a morte.
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As minhas mãos, as tuas. Um copo de vinho com fados de coimbra para pano de fundo. Uma conversa até ao raiar da manhã sobre deus e o sentido da vida. Um cubo de rubick a passar de mão em mão para ser resolvido em fracções de segundos.
Há momentos perfeitamente banais que se cravam na pele como tatuagens, porque não sendo nada em si mesmos mudam completamente a nossa vida. Nesse instante lançei os dados que iriam modificar todo o meu trajecto existencial. Não foi nenhuma epifania, mas antes um processo gradual como uma engrenagem que foi posta em movimento.
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Oh minha filha!
Tu não estás perto…nem estás longe. Tu estás a milhas! Por que esperas que alguém te dê palmadinhas nas costas? Não te basta ser? Porque procuras elogios e aprovações?!
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Obrigado David Bowie, por me fazeres companhia nas minhas noites de estudo. A tua música torna as directas muitos mais suportáveis.
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Quem muito vive, muito morre. Vive com muita intensidade e em cada acto deixa para trás um pouco de si. E quem muito lê, quantas vidas em mundos de fantasia já viveu só para morrer quando fecha as páginas do livro. Posso dizer verdadeiramente que já vivi séculos por entre volumes. Já fui assasinos e investigadores, jogadores torturado, meninas com vontade de casar, sacerdotisas e conquistadores de (novos) mundos. Já viajei por todo o mundo e sem sequer sair do sofá. Por vezes sinto-me com séculos de idade, e no entanto não tenho mais que duas décadas de existencia. Mas a experiencia fantasiada, livresca é completamente insuficiente devido à sua desnidade espectral. Confere sabedoria, confere conhecimento e dá material para que se construa um mundo inconsciente rico e diversificado. Mas não é suficiente. A vida é agora e o que importa realmente é a experiencia do dia a dia. Porque a vida num mundo fantasiado tem tão pouco de real como de satisfatório. Daí ser importante gravarmos a nossas história com o cruel cizel da vida. Morrendo muitas vezes, mas cresçendo sempre um pouco mais.
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Ah tirem-me os sonhos arrabatadores. Todos aqueles que provam uma gota do divino néctar da imortalidade para sempre irão lutar com a sua própria vida.
A centelha que ousaram roubar aos deuses, lentamente irá consumir os seus espíritos, até que deles só restem cinzas.
Loucos e cegos, tentam controlar forças universais, mais vastas do que a sua mente consegue conçeber.
Intoxicados com os fumos do atanor, julgam-se possuidores do ouro, quando apenas alucinam riquesas. (Como será possível distinguir o que é perene, o que é verdadeiro, quando estamos confinados à mesma mente que alucina?)
A árvore da vida leva décadas a crescer, e antes de dar frutos os homems passam fome.
Se chegar a crescer sequer. Nem sempre as sementes cresçem em todos ao solos, alguns por si só são agrestes à vida. Que será feito dos solos áridos e cheios de sal?
Oh triste aspirar às estrelas! Tristes sonhos impossíveis de concretizar! Não há nada mais trágico que o cadáver de um sonho. E nada mais ledo que uma obra feita.
Mas o mundo é um cemitério de sonhos, um jazigo de aspirações e amores não correspondidos. O curioso é que no meio de todas estas campas nasçem flores e cipestres. Que se elevam alcançando os céus. Quase como se tantos cadáveres, preparassem o solo, para que algo nesse deserto árido podesse florescer. Talvez os solos agrestes não estejam assim tão perdidos.
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