21.6.15
Vida que segue
A partir de agora, se quiserem conhecer os resultados dos meus exercícios literários, acessem o seguinte endereço:
22.5.15
Que arde
Vivemos em tempos duros
de homens amargos
sufocados por crenças brutas
em que o amor
é insulto
e a violência da turba
- desafogo de rotina
é a cura
de homens amargos
sufocados por crenças brutas
em que o amor
é insulto
e a violência da turba
- desafogo de rotina
é a cura
23.2.15
Recriação
Um sábado qualquer, dia de folga, Ele resolveu ir a Recife, Pernambuco, e seguiu direto à oficina de Brennand, o ceramista.
Chegando lá, admirado com as obras em barro-e-água, estarrecido com a quantidade de detalhes, estancou os pés no chão e suspirou.
Levou horas para desfazer toda a confusão
Um dos galpões da Oficina Brennand. Foto: Rodrigo Domit
20.1.15
Destino
Quando, enfim, o choro da criança cessou, abafado, todos seguiram viagem aliviados. Alguns, para voltar a dormir, ajeitaram-se nas poltronas, com as pernas sob as mantas demasiado curtas e as cabeças recostadas nos travesseiros espalmados cedidos pela viação.
Os motores continuaram ressoando, constantes e diligentes, adentrando a madrugada. Os faróis na direção contrária, cada vez mais escassos, atiravam-se sobre algum detalhe do acabamento interno e, vez ou outra, refletiam em ameaças ao sono dos mais sensíveis.
Pela manhã, aproximando-se da região metropolitana, iniciou-se a romaria à porta do motorista, seguida pelos desembarques antecipados, em postos de gasolina, passarelas e semáforos.
Ao chegar à rodoviária, os passageiros restantes desembarcaram, pegaram suas malas e seguiram seus destinos. Nas poltronas e no chão, garrafas e embalagens vazias; Enrolado em uma manta, o corpo mirrado.
17.11.14
Democracia 1.0
Simpaticíssimos sociopatas
são aclamados
por contagiantes aplausos
que se iniciam e se encerram
pela inércia coercitiva
da euforia coletiva
são aclamados
por contagiantes aplausos
que se iniciam e se encerram
pela inércia coercitiva
da euforia coletiva
16.11.14
8.11.14
Tradição
Eis, então
o inabalável ciclo da vida:
crescer
morrer
e, após o sangue secar
esfolar aquele maldito
vingar o ente querido
cujos olhos inertes
- refletem o meu destino
o inabalável ciclo da vida:
crescer
morrer
e, após o sangue secar
esfolar aquele maldito
vingar o ente querido
cujos olhos inertes
- refletem o meu destino
3.11.14
O princípio
Um utópico saudodista
de tempos inenarráveis
quando memórias
se desfaziam
feito fagulhas esvoaçantes
cada momento
uma novidade
e a linguagem
- em sua aurora
um jogo de adivinhar
de tempos inenarráveis
quando memórias
se desfaziam
feito fagulhas esvoaçantes
cada momento
uma novidade
e a linguagem
- em sua aurora
um jogo de adivinhar
28.9.14
Rascunhos
Há sempre espaço
para mais um traço
- de medo
uma sombra
- de dúvida
ou um contorno
- de hesitação
os riscos incertos
de um sujeito rascunho
um homem só fica pronto
- imutável
quando morto
para mais um traço
- de medo
uma sombra
- de dúvida
ou um contorno
- de hesitação
os riscos incertos
de um sujeito rascunho
um homem só fica pronto
- imutável
quando morto
27.9.14
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