sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Esclarecendo

Apesar de haver cristãos que consideram o termo ofensivo por remover o nome de Jesus Cristo, a história revela que o exato oposto é verdade.

Com a chegada das festas de fim de ano, regressa um debate cultural recorrente: será o uso de “Xmas” uma substituição desrespeitosa ou secularizada para “Christmas”? Os críticos argumentam frequentemente que a forma abreviada retira Cristo da celebração. Historiadores e teólogos, no entanto, afirmam que esta interpretação é incorreta e ignora séculos de tradição cristã.

A polémica em torno de “Xmas” não é recente. As objeções públicas ao termo remontam, pelo menos, a meados do século XX. Em 1957, a revista News and Views, da Liga das Igrejas da América, publicou um artigo intitulado “X = A Quantidade Desconhecida”, sugerindo que a abreviatura diminuía o cristianismo.

A ideia foi posteriormente promovida por Gerald L. K. Smith, um agitador político e clérigo conhecido por disseminar teorias da conspiração. Smith denunciou “Xmas” como blasfemo, alegando que apagava o nome de Cristo.

Na verdade, o “X” em “Xmas” vem diretamente da prática cristã primitiva. O Novo Testamento foi originalmente escrito em grego, onde o nome de Cristo aparece como Christos (Χριστός). A primeira letra da palavra é a letra grega qui (Χ), que se assemelha muito à letra romana “X”, explica o IFLScience.

Desde os primeiros séculos do Cristianismo que os escribas usavam o X como uma abreviatura reverencial para o nome de Cristo, particularmente nos manuscritos onde o espaço era limitado. Longe de ser irreverente, o símbolo era considerado sagrado. Os primeiros cristãos também usavam o símbolo Chi-Rho (), formado pelas letras gregas qui e rho, como sinal secreto de fé durante os períodos em que o cristianismo era proibido no Império Romano.

A abreviatura chegou ao inglês muito antes dos debates culturais modernos. Um dos primeiros registos de utilização data de 1021 d.C., quando um escriba anglo-saxónico escreveu “XPmas” para poupar pergaminho. Com o passar do tempo, a ortografia evoluiu. No século XVI, variantes como “X’temmas” apareceram em documentos oficiais, incluindo uma carta escrita durante o reinado do Rei Eduardo VI de Inglaterra. Seguiram-se utilizações literárias, com o poeta Samuel Taylor Coleridge a fazer referência a “Xstmas” num poema do século XVIII.

Os estudiosos observam que “Xmas” nunca foi uma tentativa de remover Cristo do Natal, mas antes reflete uma antiga abreviatura cristã enraizada na língua original das escrituras.

Fonte: ZAPaeiou

terça-feira, 23 de dezembro de 2025

segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Um livro

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Resumo

 Aqui há hospitais, é verdade.

Há pais que choram, há mães que esperam, há filhos que resistem.

Acima de tudo, há amor.

Amor como cura, como anestesia, como diagnóstico.

Amor que não cabe nas paredes de um quarto de hospital, nem nas palavras que tentam

explicá-lo.          

                                                O Hospital de Alfaces é isso.

Uma história que dói, mas que abraça.

Uma história que sangra, mas que salva.

Uma história para quem já amou ao ponto de se perder.

E que descobriu que, mesmo perdido, ainda é possível continuar.

 

O autor

Pedro Chagas Freitas nasceu em Guimarães em 1979. É escritor, jornalista, formador na área da escrita criativa e orador. Com quase 40 livros publicados, é um dos autores mais lidos em Portugal e em países como a Itália, o Brasil ou o México, com vendas superiores a um milhão de cópias em todo o mundo. Vencedor do Prémio Bolsa Jovens Criadores do Centro Nacional de Cultura em 2006, é o fundador do Campeonato Nacional de Escrita Criativa.

Além da escrita, é palestrante e autor da stand-up tragedy «Sim, Eu Empurro Portas que Dizem Puxe», com a qual tem percorrido o país. Criou dois jogos de escrita criativa — A Fábrica da Escrita e o Supergénio. Publicou, entre muitos outros, livros inesquecíveis como A Raridade das Coisas Banais e Prometo Falhar.


 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

A força da cretinice

“VOCÊ É ESTÚPIDA!"

Foi assim que Donald Trump respondeu a uma jornalista que apenas lhe fazia uma pergunta. Nada de novo: há dias, chamou “porquinha” a outra, “feia por dentro e por fora” noutra ocasião a uma outra. Há, aliás, todo um florilégio de insultos contra os que chama de “inimigos internos”, sejam magistrados, jornalistas ou democratas.

O problema é que este estilo de exercício político está hoje instalado em várias democracias europeias, e à força de normalizar a grosseria, de tolerá-la, estamos a construir paulatinamente um mundo de javardos.

A política exige decoro, não esta degradação diária da linguagem. Porque se a política desce ao esgoto, tudo o resto vai atrás. 

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Mentiras do (des)governo.

O Governo, através do Ministro António Leitão Amaro, está a tentar uma candidatura fortíssima a “Aldrabões do Ano 2026”, ao prometerem que a Reforma Laboral "não se aplica ao setor público. Ele insiste nesse pormenor mas a realidade é que esta afirmação é insustentável perante as evidências.

Resumidamente, hoje em dia, quase mais de metade dos trabalhadores de entidades como empresas municipais, hospitais e universidades têm contratos individuais de trabalho de natureza privada, regidos pelo Código do Trabalho e não pela Lei Geral da Função Pública.

​Isto significa que a esmagadora maioria das alterações do Governo, embora visem o Código do Trabalho, afetam diretamente esses milhares de trabalhadores dependentes do Estado. A tentativa de passar a ideia de que a Função Pública está incólume é uma mentira com excepções à vista, uma estratégia de desinformação que só aumenta a desconfiança.

A promessa é mentira, as exceções são a regra! Não caiam, nem deixem ninguém cair neste engodo.